3.1.11

Eu gosto

Gosto de fingir que sei do que falo. Que tenho controle sobre essa avalanche de coisas que insistem em tentarem ser ditas ou escritas, coisas essas que eu presumo que querem ser gravadas, para que um dia, talvez, possam ser recordadas.
Gosto quando escrevo algo que faz sentido pra mais alguém no mundo, quando as pessoas olham pra mim e dizem "Também vivo isso." Então não me sinto mais uma solitária, sinto que tem alguém ali pra compartilhar comigo, sentimento, vida, emoção.
Gosto de buscar novas palavras pra expressar sempre a mesma coisa, aquela que martela enquanto minha pulsação continua ali, serena, tranquila, aquela mesma coisa que persiste quando minha pulsação resolve brincar de banda de rock, pensa que é bateria e começa a fazer o coração pulsar no peito, e se eu não soubesse um pouco de anatomia diria que ele tem o poder de circular pelo corpo todo, indo no mindinho no pé até a pontinha da garganta, me fazendo acreditar que sentimentos não são sentidos pelo coração, cérebro, ou qualquer parte separada, sentimentos são sentidos pelo corpo, em uníssono.
Gosto de ser assim, forte, colérica, impulsiva e intensa. Dizem que assim se vive mais, mas não é por isso, gosto mesmo por causa das emoções, por causa do modo como elas bagunçam meus neurotransmissores e mudam tudo em questão de segundos.
Gosto de amar, gosto de amor, por que? Porque me faz sentir viva.

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